Jurados ouvirão as considerações finais de acusação e defesa.
Se for culpado, médico pode ser condenado a até 4 anos de prisão.
Advogados de defesa e acusação apresentarão nesta quinta-feira (03) suas considerações finais no julgamento do médico Conrad Murray pela morte do cantor Michael Jackson. Ao final das apresentações, o caso será imediatamente avaliado pelos jurados, que devem anunciar seu veredito logo depois.
A sessão na corte de Los Angeles começa por volta das 15h (horário de Brasília). Ambas as partes apresentaram ao júri sua versão sobre a morte de Michael Jackson e sobre o grau de implicação de Murray em função das provas e testemunhos apresentados ao longo dos 22 dias de julgamento.
O júri terá que decidir se o médico é responsável legal, sob a acusação de homicídio culposo, pela morte de Michael Jackson. O cantor morreu em consequência de uma intoxicação aguda de propofol, anestésico de uso hospitalar que usava com frequência, segundo revelado no julgamento, para combater a insônia.
Se condenado, Murray enfrentará uma pena máxima de quatro anos de prisão, além de perder sua licença médica.
Ao todo, o júri ouviu 49 testemunhas, a maioria convocadas pela promotoria. Entre eles, estava o codiretor da última turnê de Jackson e a equipe que o atendeu no dia de sua morte.
Testemunhas
A chave do julgamento parece estar nas declarações dos especialistas em anestesia, apresentadas tanto pela defesa quanto pela acusação para apoiar seus argumentos.
De acordo com o médico Steven Shafner, testemunha de acusação, os níveis de propofol no sangue encontrados no corpo de Michael Jackson sugerem que o artista recebeu, de maneira prolongada, doses do medicamento por via intravenosa, e isso causou sua morte. O anestesista Paul White, testemunha de defesa, alegou que os baixos níveis da droga encontrados na urina do cantor descartam a hipótese de Shafner, e considerou que Jackson havia se autoadministrado uma sobredose do medicamento sem o conhecimento de Murray.
Conrad Murray admitiu nos interrogatórios da polícia que vinha administrando propofol a Michael Jackson por meses, e que na manhã do dia 25 de junho deu ao cantor uma pequena dose, não letal, antes de deixar o quarto para ir ao banheiro e realizar telefonemas.
A promotoria argumenta que, mesmo que Murray não tenha dado a Jackson a dose fatal, suas ações durante aquele dia fazem dele o responsável legal pela morte. A acusação acrescenta que, em sua visão, a relação entre os dois era de empregado e empregador, e não de médico e paciente, o que fazia com que Murray atendesse pedidos inapropriados de Jackson, como usar propofol para dormir, fora de um hospital. Também criticou o fato de que o réu não contava com o equipamento apropriado para o caso de uma parada cardiorrespiratória no quarto do cantor, e que abandonou o artista sob sedação.
A defesa, por outro lado, argumenta que Michael Jackson era viciado em sedativos e que Murray havia tentado fazer com que deixasse de usar o propofol durante os meses em que esteve a seu serviço.
Fonte:G1