21 de julho de 2011

A Um Amigo Especial


Um menino, ainda na tenra infância, que perdia, pouco a pouco, seus contatos sociais de vizinhança e colégio público, cantou para um ratinho chamado Ben, a respeito de uma amizade que se anunciava entre ambos.
Com olhar triste e voz poderosa, o menininho negro, adorado por um número cada vez maior de pessoas, sentia-se só. E, com toda sua emoção, dizia pra nós que encontrara naquele animalzinho alguém para chamar de seu amigo. Da necessidade de se sentir solidamente querido, amado, nascia a afinidade entre eles. A garantia de que o amigo teria sempre seu espaço preservado e de que verdadeiramente haveria compreensão, companheirismo, lealdade, era o selo definitivo.
A noção de amizade e família se fundem, e é o que dá sentido às nossas vidas. É nosso porto seguro, nosso chão. De onde partimos e para onde voltamos.
Michael Jackson conseguiu transcender a sua virtude artística. Ele trouxe a maior alegria a este mundo. A impensável, para a maioria de nós. Através do magnetismo do melhor de sua arte, Michael elevou nossos espíritos e nossa consciência. Porque o AMOR e a ENTREGA sempre foram extraordinariamente verdadeiros. Sem paralelos.
Neste "Dia do Amigo", gostaria de dedicar especial pensamento a este ser humano que sempre desejou ardentemente receber a mais pura dedicação de quem considerou amigo. E que foi amigo de todos nós, que o amamos. E de quem nem sabia quem ele era.
Cada um de nós já se sentiu ou ainda se sente pessoalmente amado por Michael.
Sem pieguice, acredito que a verdade, a pureza dos seus sentimentos tinham o poder de atravessar muitas barreiras físicas.
Ser alguém solitário nunca impediu sua doação, seu movimento de cuidar de outros. Nunca prejudicou sua capacidade de amar.
Fácil encontrar quem teve seu estado de espírito modificado depois de escutar uma de suas canções ou de vê-lo dançar. Depois de assistir a entrevistas, de vê-lo visitando e ajudando a estruturar hospitais, orfanatos, escolas. Ou de ouvir seu discurso na Universidade de Oxford, no Reino Unido.
É maravilhoso constatar quantas vidas ele atingiu, positivamente.
Posso citar o caso de uma empresária, que passou sua adolescência no Maranhão. Sua enorme solidão só era aplacada com um livro e as canções de Michael tocadas em uma pequena vitrola.
Divertido lembrar do caso da jovem de 22 anos que conheci no Santa Marta, em evento pelo dia 25 de junho. Ela assistiu ao filme Moonwalker, que era de seu tio, aos 3 anos de idade e se apaixonou por Michael, a ponto de considerá-lo seu amigo invisível a partir de então. Andava de mãos dadas com o novo "amigo" pela casa, como a maioria das crianças nessa fase. O problema é que ninguém da família sabia onde este amigo se sentava com ela. E em uma tarde, uma tia chegou e se sentou no sofá. E a menininha gritou, cuidando do amigo : "Nããoo!...você sentou em cima do Michael!".
Os relatos de quem o conheceu pessoalmente se cruzam, muitas vezes, com quem nunca o viu dessa forma. Sentimos o que mais brilha nele, que é o amor.
O interesse e comprometimento de Michael com as pessoas, de forma geral, é o elemento que rege a amizade genuína.
Precisamos nos aproximar mais e mais dessa fonte de inspiração que Michael sempre será. Não importa de que forma isso se inicie. O valor de suas ações e de sua arte precisa ser cuidado como um tesouro, espalhado como sementes ao sabor do vento e seguido com determinação.
Não é necessário uma ligação religiosa formal para entendermos o bem que ele trouxe para a humanidade. Que associamos a mensagens enviadas por Deus, através de seus anjos.



Por Angella Wains