11 de março de 2011

Morreu mais uma estrela do grunge. Será este o estilo de música mais letal?

Mike Starr, dos Alice In Chains, morreu de overdose. Mas o rock''n''roll é o género que mais cadáveres deu ao mundo da música

Se é uma estrela rock e está a ler isto, tem duas hipóteses: ou deixa essa carreira dos demónios e tem uma vida descansada, ou arrisca-se a não passar dos 36 anos. Feita a média de todas as estrelas pop que faleceram no auge da fama - ou por lá perto - chegamos a números pouco animadores para quem quer ver os filhos crescer ou usufruir de descontos do Cartão 65. 

Mike Starr, baixista dos Alice in Chains de 1987 a 1993, tinha 44 anos e teria deixado para trás as duas maiores barreiras psicológicas de uma estrela pop: os infames 27 anos, ou a "idade do rock", por onde ficaram músicos como Kurt Cobain, Brian Jones, Jimi Hendrix, Jim Morrison e Janis Joplin. E a média de 36 anos calculada a partir de todos os falecimentos famosos numa folha de Excel pela redacção deste jornal. 

Entre as causas de morte de uma estrela rock a mais popular é o ataque cardíaco. Não é de admirar, já que esta é a maneira de morrer preferida da maioria das pessoas, mesmo aquelas que nunca gravaram um disco ou tocaram num estádio. Em segundo lugar está a overdose, precisamente aquilo que tirou a vida a Starr, que fora visto a injectar uma mistura de metadona com ansiolíticos horas antes de morrer.

O seu problema com as drogas era sobejamente conhecido - e extremamente popular, já que Starr foi uma das estrelas do programa "Celebrity Rehab With Dr. Drew", na VH1, uma espécie de "Big Brother" para toxicodependentes. 

Já a sua carreira há muito tinha deixado de ser motivo de conversa. Michael Christopher Starr esteve afastado do estrelato desde que deixou os Alice In Chains em 1993. Há nove anos, aquele que fora a maior estrela desse grupo, o vocalista Layne Staley, morreu precisamente da mesma maneira que Starr: com agulhas por perto. Foi no dia 5 de Abril, a mesma data em que Kurt Cobain, em 1994, foi encontrado morto com um tiro de caçadeira auto-infligido e heroína no sangue.

A história do grunge, um subgénero do rock com vida curta entre os anos 80 e 90, está manchada de heroína, droga que também tirou a vida a Kristen Pfaff, baixista das Hole. Sendo um estilo de música muito específico e delimitado a um número reduzido de anos, é impressionante a quantidade de óbitos. No entanto, não é o género mais letal: o rock''n''roll, com naturalidade, é o que mais óbitos regista e onde não faltam músicos afogados no seu próprio vómito - aparentemente, a maneira mais rock de partir. 

A música pop também é dada a tragédias, mas só há uma overdose famosa, a de Elvis Presley, há qual se poderá somar a morte de Michael Jackson quando finalmente se deslindar esse mistério. 
Mais dois padrões emergem da lista de falecidos: na música alternativa morre-se jovem, como nos outros géneros, mas por vontade própria. O suicídio é a causa número um. Já no hip hop não faltam músicos com vontade de viver, mas há quem não concorde com isso e os abata a tiro. Foi o que aconteceu aos rappers Tupac Shakur e Notorious B.I.G., em 1996 e 1997.





Fonte: ionline