8 de fevereiro de 2011

Janelle Monáe encabeçou a lista dos melhores de 2010

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Jamie Fine/Reueters-11/9/10
Inspirada por Maria, a mulher-robô do clássico filme de ficção científica Metropolis, do alemão Fritz Lang, Janelle Monáe deu voz e expressão ao alter ego de Cindi Mayweather, androide que se apaixona por um ser humano no ano de 2719. Merecidamente, o conceitual álbum Archandroid (Wondaland/Warner) acabou nas listas dos melhores de 2010 de publicações como NME, Mojo, The Guardian, URB e Rolling Stone.

Ao longo do disco, a emergente cantora norte-americana discute questões de identidade racial, messianismo, mitos arquetípicos, segregação social e amor em meio a um jorro ininterrupto de referências sônicas que vão do rhythm’n’blues ao folk pastoral, de polirritmias africanas ao disco, do rap ao cabaré, do rock psicodélico ao neo-jazz. 

Espécie de híbrido feminino mutante de Prince, James Brown, Fela Kuti e Michael Jackson, Janelle Monáe se mostra capaz de rompantes de brilhantismo que transcendem a mera excentricidade. Contando com participações especiais da banda glam-lisérgica Of Montreal (vide a chacoalhante faixa Make the bus), dos profetas punk-funk do Deep Cotton (o duo é responsável pela atmosfera feérica que envolveu a balada 57821), do eletro-poeta Saul Williams (Dance or die) e do crunk-rapper Big Boi (metade do duo futurista de hip-hop Outkast, ele assanha o premiado tema soul-espacial Tightrope), o novo CD da artista vem alardear sensações sinestésicas de uma perturbadora estranheza.

Fonte: Uai